segunda-feira, 27 de agosto de 2012

“Pra ser sincera...”


Anseios sucumbidos. A antiga história entre a diferença do querer e poder.

 
Fazer tudo o que se quer, é possível? Se fosse, eu não sei que rumo minha vida teria tomado. Parece pequena a distância entre “dever” e “querer”, mas pode ser bem grande, ou talvez nem tanto. “Estou fazendo isso porque devo, não porque quero, acredite”, eu mesma já disse isso, afinal quem nunca, não é mesmo? Mas aí pensemos de onde surgiu esse senso de certo e errado, de fazer ou não fazer. Redireciono toda culpa disso ao meu SuperEgo,
parte da minha mente ligada ao senso crítico da sociedade, que delimita as regras de “convivência”, se lixando pra o que queremos, é, acho que é mais ou menos por aí (Também não quero ser contra regras e deveres sociais, acho que normas são necessárias para uma vida equilibrada).

Devemos saber o que é certo, o que é errado, mas devemos saber com nossos olhos, com nossos julgamentos e com nossa perspectiva de vida. Deixar que interfiram nos seus atos é o mesmo que andar em círculos, é o mesmo que viver como um hamister na gaiola. Somos humanos, temos desejos, anseios, gostos e preferências, e o que eu acho um verdadeiro desperdício é como as pessoas escondem isso, as vezes eu também escondo, não vou ser hipócrita, só que será que reprimir tudo, sempre e a toda hora porque “deve-se” esconder, é justo? Já tive vontade de trair, já tive vontade de mentir, fugir, comer chocolate ou beber tequila até explodir, agarrar algum cara num lugar publico sem ao menos conhecer, sim, tive que rir, mas é verdade. Pode parecer dramático, mas até onde sei cada um só tem uma vida, não fui no andar de cima e voltei pra saber que um dia vou ter uma segunda chance não, e é aí que questiono sobre ser justo o fato de esconder o que se deseja ou o que se quer.
            No final tudo se trata de não se reprimir. Não estou dizendo pra atacar o cara que passou na tua frente no meio da rua, ou te incentivar a entrar em coma alcoólico, se fizer isso não jogue a culpa em mim assim como faço com meu SuperEgo. Mas que tenhamos coragem de vez em quando, pra enfrentarmos nosso SuperEgo tão intrometido, que consigamos assumir todos nossos desejos, porque eles existem e negar é o primeiro passo na declaração de culpado.

 

Boa sorte.

                                                                                   Por Leticia Lampert.