terça-feira, 9 de setembro de 2014

Olhar (realmente) ao redor

Ninguém é tão certo de si que nunca esteve errado. Sou uma dessas, que após perceber o erro assumiu toda sua porcentagem de culpa. Já fiz muita besteira na minha pouca vida e quando se trata de fazer besteira só pra mim ainda é admissível, mas de todas minhas besteiras a maior foi não olhar a minha volta em ocasiões onde exigia um olhar especial, não uma simples passada de olho. Tu já deves ter entendido que estou me referindo a não dar importância às pessoas ao redor.
Muitas vezes quando nossa vida vira uma correria, uma rotina massante, estressante, a gente esquece que tem mais gente por perto fazendo o que pode pra tornar nosso dia melhor, ou até que a outra pessoa pode ter problemas bem maiores do que os nossos e que reagir na base da agressividade não vai solucionar as coisas. As vezes a gente esquece de olhar de verdade pro lado, pras ações alheias e principalmente pras nossas, esquecemos até das pessoas que estão sempre ali do nosso lado e talvez por pensarmos desse jeito não demonstramos dar todo o valor que merecem. Já deixei de aproveitar um dia lindo e só me dar conta disso no final da noite, mas dai já tinha passado. A vida é curta demais pra desperdiçar os nossos olhares.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Toda noite

Já não era a primeira vez que eu acordava no meio da noite sem motivo aparente nas últimas semanas. Olhava ao meu lado na cama e você dormia, sereno, parecia estar em alguma espécie de sonho bom e eu sempre sorria quando te via desse jeito. Beijei o topo da sua testa devagar com carinho e olhei o relógio no criado-mudo, já passava das quatro. Tentei voltar a dormir, me recostei e fechei os olhos, pensando que talvez fosse o estresse da semana corrida, alguma preocupação financeira, algum anseio que me deixou nervosa, quem sabe. Mas você respondeu isso pra mim sem saber. Senti você se movimentando na cama e endireitando o corpo pro meu lado, ao abrir meus olhos você estava me olhando com a cabeça apoiada na palma da mão e braço apoiado no travesseiro, lindo como sempre pra mim, mesmo que não tivesse um porquê aparente eu sorri e me aproximei virando meu corpo de frente para o seu. De repente seu olhar ficou mais aceso e meu corpo reagiu a ele deixando um frio leve percorrer minhas costas. As pontas do seus dedos percorreram a lateral do meu corpo, fazendo uma linha reta por ali enquanto também afastava o lençol que cobria meu corpo, e eu te olhava enquanto você acompanhava com o olhar a extensão da linha.
Naquela madrugada você ficou acordado comigo, pra mim. Você soube me dizer o que era o motivo da minha falta de sono, era você, mesmo que tivesse bastante de ti nunca pareceu o suficiente, sempre era dia, era hora, era momento pra te ter mais uma vez.