domingo, 31 de agosto de 2014
Pra esclarecer
Queria olhar um filme, comer qualquer coisa atoa, te abraçar e
acariciar teu cabelo enquanto ficávamos no sofá. Um filme de ação ou até um de
suspense que eu pudesse apertar teu braço ao me emocionar. Uma viagem de carro,
mesmo que curta, com o sol no fundo e só a estrada a nos acompanhar. Uma noite
de verão, a gente se amando na praia. Inverno, vinho e chocolate. Qualquer
plano era bom, quando tinha você. Qualquer ideia era boa, até eu perceber. Que
você não se importava, ou talvez não precisava, que fosse eu pra estar com
você. Que alguma outra servia, completava, aquilo que você conseguia ver. Que
antes seu olhar era tranquilo e não existia um mundo lá fora quando se tratava
da gente, mas depois isso foi se desfazendo e a gente foi se perdendo na roda que
a rotina lá fora criou. Não lembro quando foi que isso começou, não lembro o
ponto certo, mas as coisas se desfizeram e a gente se desfez e de algum jeito,
depois daquele ponto, você acabou sendo uma foto que eu guardo e olho às vezes
quando dá saudade, quando dá saudade de ti, quando dá saudade de mim do teu
lado e quando dá saudade da época que não tinha relógio na nossa vida.
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